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Perdi meu amor na balada era viral, papagaiada
18 de julho de 2012 | Por avemarketing em MarketingPosso até estar sendo muito crítico, mas sinceramente não consigo ver com exatidão os benefícios de algumas ações baseadas nas mídias sociais. Alguns virais, apesar de cumprirem o objetivo de disseminação rápida, não possuem conceitos para se tornarem grandes cases de sucesso de ação comunicacional ou de marketing. Ainda vejo que, muitas empresas, e mesmo usuários, estão presos aos modismos atuais e acham que todos que os criticam são hipsters e que qualquer açãozinha no Facebook resolve todos os problemas. Pra começo de conversa, queiram ou não, os relacionamentos baseados no Facebook são superficiais. O Facebook é superficial! Com quantas pessoas da rede social cada um interage, realmente? 10%? Nem isso! Qtas pessoas que curtem um link ou outra postagem realmente leem e refletem sobre o assunto? E se alguém postar algo com conteúdo mais aprofundado, quantas pessoas realmente vão ler?
No dia 10 de julho, um vídeo atribuído a um jovem (Daniel Alcântara) desiludido por ter perdido o contato de uma paixão arrebatadora, tomou grandes proporções nas redes sociais. Nele, o referido rapaz solicitava ajuda dos internautas para encontrar a garota misteriosa de nome Fernanda. Apesar de alguns errinhos de português, a fala apresentou uma pontuação e espaçamentos precisos demais, além de boa angulação e foco frontal, da câmera, o que demonstrava ser um texto decorado.
Vídeo 1 – Perdi meu amor na balada
Agora, uma semana depois, vem a verdade. O vídeo (foram duas peças/publicações) foi uma produção viral da Nokia (repercussão negativa) para promover o smartphone 808 Pure View da empresa. A partir daqui volto novamente á minha crítica. Como uma empresa promove um produto a partir de uma falsa comunicação? Que mania é essa de que vídeos viraizinhos como esse são elementos de comunicação mercadológica? Não seria muito mais honesto uma comunicação direta, na internet, junto aos formadores de opinião? E as pessoas (milhares) que se engajaram com a (hi)stória do Daniel? Muitos podem pensar: “-Ah, mas foi só uma brincadeira!”, ou “-Foi uma jogada de Marketing!”. Oras, mas agora vamos conviver com publicidades disfarçadas de brincadeirinhas? Em pleno período de discussão sobre a ética, informação clara sobre publieditoriais e outras interferências mercadológicas, não dá para associar tal tática com marketing (Leia: Desmistifique o Marketing). E até quando nós vamos ser meros repetidores, assim como papagaios, sem considerar senso crítico e sem acrescentar nada? Não é assim que agimos em muitas redes sociais, como o Facebook, por exemplo? Replicamos conteúdos (piadinhas, correntes, etc), aumentando ainda mais a superficialidade da própria rede. Recentemente, vários blogs e sites replicaram uma informação sobre uma suposta embalagem da Coca-Cola em El Salvador, quando na verdade, era um hoax (boato, mentira). Veja a excelente análise sobre o caso, no Coluna Zero.
Vídeo 2 – Perdi meu amor na balada
Veja o vídeo com a informação sobre a campanha da empresa, com um “final feliz” para a estória de amor.
Comentários
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Excelente Elcio. Quando a publicidade tratava os consumidores como crianças de 10 anos nós ainda engolíamos, mas quando descobriram que nas redes sociais eles podem vender mentiras emocionais, ficou claro que tratar o consumidor como um imbecil é algo normal, uma prática de mercado.
É preciso rever os conceitos de publicidade no país. Algo que vá além do que é tido como “ética” e além do Conar, que a cada dia é mais criticado por regular apenas o que lhe convém. Mas antes de tudo, é preciso avaliar a cabeça dos publicitários, pois importantes valores sociais estão se perdendo a cada nova campanha publicitária.
Cheguei a ficar com dó do cara…kkk
Seu ponto de vista é apenas uma faceta oculta. Ninguém se importa com o mundo, ninguém tem amigos, tudo é capitalismo. Redes Sociais passaram ser sinônimo de sucesso. E foi isso que a Nokia quis passar. O video de lançamento do PureView foi uma jogada interessante. usar sentimentos, interligando com redes socias tem um efeito melhor ainda. Criticar tal campanha publicitária é errôneo, ela não é e nunca foi uma vergonha. O ponto fundamental era chamar atenção e isso foi conseguido plenamente.
Parabéns amigo, seu blog é muito bom… Continue assim e terá muito sucesso.